:: E M E N T A ::

 

Uma das características da sociedade patriarcal é a exclusão das mulheres do espaço e das funções públicas.

 

Nesse espaço encontram-se a função de produção de pensamento e a função pedagógica.

 

Se ao longo da história das mulheres, nas sociedades patriarcais, são elas as responsáveis pelo ensino básico, pois esta função se vinculou à continuidade da função do cuidado exercido no âmbito privado, no que diz respeito à produção de pensamento e formação universitária, as mulheres demoraram muitos séculos para alcançar tais posições, ainda hoje insuficientemente, de modo que a produção do conhecimento e das práticas decorrentes de um processo de formação continuaram monopolizadas pelos homens que constituem o pensamento e a formação majoritárias dominante: branco-heterossexual-europeu-cristão-adulto.

 

Sendo assim, tal como afirmou François Poullain no século XVII: “tudo que os homens escreveram sobre as mulheres deve ser suspeito, pois eles são, a um tempo, juiz e parte”, toda produção de conhecimento e todos os processos de Formação precisam ser colocados em suspeito e, mais do que isso, para a constituição de uma nova sociedade anticapitalista, antipatriarcal e antirracista, a Formação precisa ser criada novamente em outras bases. E é urgente.

 

Este é um Curso de Formação Política Feminista e Antirracista que propõe outros caminhos para uma análise histórica-filosófica do capitalismo, uma vez que a História hegemônica encarregou-se de contar uma história parcial da democracia moderna e a filosofia política hegemônica encarregou-se de realizar uma análise parcial do capitalismo, pois não inclui nessa História e nessa análise a luta das mulheres e a luta antirracista.

 

É também um Curso de Formação Jurídica que propõe uma análise feminista e antirracista sobre a constituição e o funcionamento de uma das Instituições fundamentais da ordem social patriarcal e racista: o sistema de justiça.